O QUE SERIA DE MIM SEM MINHAS AMIZADES...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FICHA DE INSCRIÇÃO DO RETIRO ESPIRITUAL DA JUVENTUDE 04/12/2011. EM ARARIPINA-PE

                     Quanto a Ti vem e Segue-me
                                                                                                


DIOCESE DE SALGUEIRO
Paróquia Nossa Senhora da Conceição e Quase Paróquia Nossa Senhora Das Dores.
Serviço de Animação Vocacional e Setor Juventude – Araripina
Retiro para a Juventude, dia 04 de Dezembro das 08 ás 16 Horas
Local: Centro Paroquial
Tema: Vocação e Missão da Juventude.
Assessora: Ir. Tereza Cristina, CDP

Ficha de Inscrição
Nome:__________________________________ Fone_______________
Endereço: __________________________________________________
Comunidade: ___________________ Nome do Grupo: ________________
Obs: Devolver a Ficha de Inscrição até 26 de Novembro de 2011, na secretária da Paróquia com Ivan ou na Igreja Matriz com Iathagildo.  Trazer Bíblia e Material para anotação.

“Enquanto existir juventude no mundo é impossível a civilização regredir”.

NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. DATA DE COMEMORAÇÃO 09/11/2011



Hino de Nossa Senhora Medianeira

Medianeira de Todas as Graças

Mãe de Deus! Virgem Mãe, pura e bela!
Toda cheia de graça e de luz,
És nosso íris no meio da procela,
Tu, que enlaça nossa alma a Jesus.

Medianeira de todas as graças
Que na terra derramam os céus
Esperamos em ti que nos faças,
Ó Maria, subir até Deus.
Sobre as noites fatais de nossa alma
Como a lua no céu nos sorris,
Refletindo essa luz doce e calma
Com que Deus chama a si o infeliz.
Esperança de quem desespera,
Mãe de quem agoniza na cruz,
Tu consolas a morte mais fera
Porque és Tu que nos mostra a Jesus.
Tu és vida, doçura e esperança!
És a porta e és a chave do céu!
Quem por Ti vai a Deus, tudo alcança,
Pois Deus mesmo essa glória te deu.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

BASES DA MINHA VOCAÇÃO!

Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor.
Madre Teresa de Calcutá
CADA UM BUSCA UMA PESSOA EM QUE DESEJA SE ESPELHAR.EU TENHO A ALEGRIA DE DIZER QUE EU ENCONTREI A MINHA COM 9 ANOS DE IDADE, FOI ATRAVÉS DAS SUAS OBRAS E SEU TESTEMUNHODE VIDA QUE EU PUDE CONHECER A PESSOA DE MADRE TEREZA DE CALCUTÁ,MULHER ESSA QUE DEDICOU SUA VIDA A CAUSA DOS MAIS POBRES,QUE DEU SEU GRITO DE IGUALDADE...E É NESTE CAMINHO QUE ME COLOCO A CADA DIA, DIANTE DOS DESAFIOS QUE SE CRUZAM A MINHA FRENTE,MINHA FÉ E MINHA CORAGEM SE FAZEM MEUS COMPANHEIROS FIÉIS. SIGO AVANTE NA ESPERANÇA DE PODER CORRESPONDER COM O MEU SER CRISTÃ. EXISTE A QUEDA, OS FAMOSOS ERROS, MAIS NADA DISSO IMPORTAQUANDO NOSSO DESEJO DE CRESCIMENTO É EXPRESSO PELO NOSSO CORAÇÃO, E QUANDO NÓS O RECONHECEMOS E BUSCAMOS LEVANTAR.QUANDO NÓS DEIXAMOS QUE DEUS HABITE EM NOSSA VIDA, NÓS O CONHECEMOS E PASSAMOS A AMA-LO,E MESMO QUE HAJA BARREIRAS, POR MAIORES QUE ELAS SE FAÇAM EM NOSSA VIDA, NUCA VAI PASSAR DE UMA SIMPLES PROVAÇÃO, POR QUE VAMOS TER SEMPRE EM MENTE QUE MAIOR É DEUS E QUE ELE ESTARÁ SEMPRE AO NOSSO LADO NOS GUIANDO E NOS MOSTRANDO O CAMINHO POR ONDE DEVEREMOS SEGUIR, E VEREMOS QUE A VIDA NÃO É TÃO DIFÍCIL COMO PENSAMOS,NA MAIORIA DAS VEZES, QUE AJUDAR UMA PESSOA NÃO É COISA DO OUTRO MUNDO, COMO DIZIA MADRE TEREZA A PENAS AME, SÓ O AMOR TEM O PODER DE TRANSFORMA REALIDADES DURAS EM REALIDADES SIMPLES.QUANDO TEMOS O DESEJO DE REALIZAR ALGO NADA E NEM NINGUÉM,CONSEGUE RETER, PORQUE CONFIAMOS E LUTAMOS,PODE VIM O QUE VIER, PODEDEMORAR O TEMPO QUE FOR, NUNCA DESISTIMOS,E MEU CAMINHO ESTA APENASCOMEÇANDO, SIGO CONFIANTE NA QUELE QUE ME DEU UMA CHANCE DE CONHECER A VIDA QUE TANTO ALMEJO,CLARO QUE DIFERENTE DA REALIDADE QUE VIVEU MADRE TEREZA, MAIS QUE TAMBÉM TEM SEUS DESAFIOS E QUE EXIGE HUMILDADE E DISPOSIÇÃO PARA ENFRENTAR, E MAIS UMA VEZ EU ME COLOCO NAS MÃOS DE DEUS POR INTEIRO,PARA QUE ELE CONTINUE ME GOVERNANDO E ME DANDO UM BOM CORAÇÃO, UM CORAÇÃO PURO QUE SAIBA AMAR E COMPREENDER, UM CORAÇÃO PRONTO A AJUDAR...OBRIGADO SENHOR PELO TEU INFINITO AMOR,PELA TUA PRESENÇA CONSTANTE NA MINHA VIDA,POR ME DAR A GRAÇA DE TER UMA VOCAÇÃO, PRONTA PARA SERVIR.OBRIGADA SENHOR!
“Segura minhas mãos Senhor, e não importa a distancia e continentes percorridos, seguiremos juntos aonde existir almas” Madre Tereza de Calcutá.
Laísy Steffany
Mudança

Em meio à paisagem hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa peregrinação silenciosa _ _ . O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais modorrenta _ .

A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família, um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome que se abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco _ _ .

Errando por caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira. Pensa na mulher e nos filhos.

A inesperada caça é preparada, o que garante um rápido momento de felicidade ao grupo. No céu, já escuro, uma nuvem - sempre um sinal de esperança. Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda. Será o dono dela. A vida melhorará para todos _ .

Fabiano

Em vão Fabiano procura por uma raposa. Apesar do fracasso da empreitada, ele está satisfeito. Pensa na situação da família, errante, passando fome, quando da chegada àquela fazenda. Estavam bem agora _ _ . Fabiano se orgulha de vencer as dificuldades tal qual um bicho. Agora ele era um vaqueiro, apesar de não ter um lugar próprio para morar. A fazenda aparentemente abandonada tinha um dono, que logo aparecera e reclamara a posse do local. A solução foi ficar por ali mesmo, servindo ao patrão, tomando conta do local. Na verdade, era uma situação triste, típica de quem não tem nada e vive errante. Sentiu-se novamente um animal, agora com uma conotação negativa. Pouco falava, admirava e tentava imitar a fala difícil das pessoas da cidade. Era um bicho _ .

A uma pergunta de um dos filhos, Fabiano irrita-se. Para que perguntar as coisas? Conversaria com Sinha Vitória sobre isso. Essas coisas de pensamento não levavam a nada. Seu Tomás da bolandeira, apesar de admirado por Fabiano pelas suas palavras difíceis, não acabara como todo mundo? As palavras, as idéias, seduziam e cansavam Fabiano.

Pensou na brutalidade do patrão, a tratá-lo como um traste. Pensou em Sinha Vitória e seu desejo de possuir uma cama igual à de Seu Tomás da bolandeira. Eles não poderiam ter esse luxo, cambembes que eram. Sentiu-se confuso. Era um forte ou um fraco, um homem ou um bicho _ ? Sentia, por vezes, ímpeto de lutador e fraqueza de derrotado.

Lembrando dos meninos, novamente, achou que, quando as coisas melhorassem, eles poderiam se dar ao luxo daquelas coisas de pensar. Por ora, importante era sobreviver. Enquanto as coisas não melhorassem, falaria com Sinha Vitória sobre a educação dos pequenos.

Cadeia

Fabiano vai à feira comprar mantimentos, querosene e um corte de chita vermelha. Injuriado com a qualidade do querosene e com o preço da chita, resolve beber um pouco de pinga na bodega de seu Inácio. Nisso, um soldado amarelo convida-o para um jogo de cartas. Os dois acabam perdendo, o que irrita o soldado, que provoca Fabiano quando esse está de partida. A idéia do jogo havia sido desastrosa. Perdera dinheiro, não levaria para casa o prometido. Fabiano, agora, pensava em como enganar Sinha Vitória, mas a dificuldade de engendrar um plano o atormentava.

O soldado, provocador, encara o vaqueiro e barra-lhe a passagem. Pisa no pé de Fabiano que, tentando contornar a situação à sua maneira, agüenta os insultos até o possível, terminando por xingar a mãe do soldado amarelo. Destacamento à sua volta. Cadeia. Fabiano é empurrado, humilhado publicamente.

No xadrez, pensa por que havia acontecido tudo aquilo com ele. Não fizera nada, se quisesse até bateria no mirrado amarelo, mas ficara quieto. Em meio a rudes indagações, enfureceu-se, acalmou-se, protestou inocência _ . Amolou-se com o bêbado e com a quenga que estavam em outra cela. Pensou na família. Se não fosse Sinha Vitória e as crianças, já teria feito uma besteira por ali mesmo. Quando deixaria que um soldadinho daqueles o humilhasse tanto? Arquitetou vinganças, gritou com os outros presos e, no meio de sua incompreensão com os fatos, sentiu a família como um peso a carregar _ .

Sinha Vitória

Naquele dia, Sinha Vitória amanhecera brava. A noite mal dormida na cama de varas era o motivo de sua zanga. Falara pela manhã, mais uma vez, com Fabiano sobre a dificuldade de dormir naquela cama. Queria uma cama de lastro de couro, como a de Seu Tomás da bolandeira, como a de pessoas normais.

Havia um ano que discutia com o marido a necessidade de uma cama decente e, em meio a uma briga por causa das "extravagâncias" de cada um, Sinha Vitória certa vez ouviu Fabiano dizer-lhe que ela ficava ridícula naqueles sapatos de verniz, caminhando como um papagaio, trôpega, manca. A comparação machucou-a _ .

Agora, ela irritava-se com o ronco de Fabiano ao lembrar-se de suas palavras. Circulando pela casa, fazia suas tarefas em meio a reza e a atenção ao que acontecia lá fora. Por pensar ainda na cama e na comparação maldosa de Fabiano, quase esqueceu de pôr água na comida. Veio-lhe a lembrança do bebedouro em que só havia lama. Medo da seca. Olhou de novo para seus pés e inevitavelmente achou Fabiano mau _ . Pensou no papagaio e sentiu pena dele _ .

Lá fora, os meninos brincavam em meio à sujeira. Dentro de casa, Fabiano roncava forte, seguro, o que indicava a Sinha Vitória que não deveria haver perigo algum por ali. A seca deveria estar longe _ . As coisas, agora, pareciam mais estáveis, apesar de toda a dificuldade. Lembrou-se de como haviam sofrido em suas andanças. Só faltava uma cama. No fundo, até mesmo Fabiano queria uma cama nova.

O Menino mais novo

A imagem altiva do pai foi que lhe fez surgir a idéia. Fabiano, armado como vaqueiro, domava a égua brava com o auxílio de Sinha Vitória. O espetáculo grosseiro excitava o menor dos garotos, impressionado com a façanha do pai e disposto a fazer algo que também impressionasse o irmão mais velho e a cachorra Baleia _ . No dia seguinte, acordou disposto a imitar a façanha do pai. Para tanto, quis comunicar a intenção ao mano, mas evitou, com medo de ser ridicularizado.

Quando as cabras foram ao bebedouro, levadas pelo menino mais velho e por Baleia, o pequeno tomou o bode como alvo de sua ação. Sentia-se altivo como Fabiano quando montava. No bebedouro, o garoto despencou da ribanceira sobre o animal, que o repeliu. Insistente, tentou se aprumar mas foi sacudido impiedosamente, praticando um involuntário salto mortal que o deixou, tonto, estatelado ao chão. O irmão mais velho ria sem parar do ridículo espetáculo, Baleia parecia desaprovar toda aquela loucura _ . Fatalmente seria repreendido pelos pais. Retirou-se humilhado, alimentando a raivosa certeza de que seria grande, usaria roupas de vaqueiro, fumaria cigarros e faria coisas que deixariam Baleia e o irmão admirados.

O Menino mais velho

Aquela palavra tinha chamado a sua atenção: inferno. Perguntou à Sinha Vitória, vaga na resposta. Perguntou a Fabiano, que o ignorou. Na volta à Sinha Vitória, indagou se ela já tinha visto o inferno. Levou um cascudo e fugiu indignado. Baleia fez-lhe companhia tentando alegrá-lo naquela hora difícil.

Decidiu contar à cachorrinha uma história, mas o seu vocabulário era muito restrito, quase igual ao do papagaio que morrera na viagem _ . Só Baleia era sua amiga naquele momento. Por que tanta zanga com uma palavra tão bonita ? A culpa era de Sinha Terta, que usara aquela palavra na véspera, maravilhando o ouvido atento do garoto mais velho.

Olhou para o céu e sentiu-se melancólico. Como poderiam existir estrelas? Pensou novamente no inferno. Deveria ser, sim, um lugar ruim e perigoso, cheio de jararacas e pessoas levando cascudos e pancadas com a bainha da faca _ . Sempre intrigado, abraçou-se à Baleia como refúgio _ .

Inverno

Todos estavam reunidos em volta do fogo, procurando aplacar o frio causado pelo vento e pela água que agitava a paisagem fora da casa. Chegara o inverno, e isso reunia a família próxima à fogueira. Pai e mãe conversavam daquele jeito de sempre, estranho, e os meninos, deitados, ficavam ouvindo as histórias inventadas por Fabiano, de feitos que ele nunca tinha realizado, aventuras nunca vividas. Quando o mais velho levantou-se para buscar mais lenha, foi repreendido severamente pelo pai, aborrecido pela interrupção de sua narrativa.


A chuva dava à família a certeza de que a seca não chegaria por enquanto. Isso alegrava Fabiano. Sinha Vitória, porém, temia por uma inundação que os fizesse subir ao morro, novamente errantes. A água, lá fora, ampliava sua invasão.

Fabiano empolgava-se mais ainda em contar suas façanhas _ . A chuva tinha vindo em boa hora. Após a humilhação na cidade, decidira que, com a chegada da seca, abandonaria a família e partiria para a vingança contra o soldado amarelo e demais autoridades que lhe atravessassem o caminho. A chegada das águas interrompera aqueles planos sinistros. Em meio à narrativa empolgada, Fabiano imaginava que as coisas melhorariam a partir dali; quem sabe, Sinha Vitória até pudesse ter a cama tão desejada.

Para o filho mais novo, o escuro e as sombras geradas pela fogueira faziam da imagem do pai algo grotesco, exagerado. Para o mais velho, a alteração feita por Fabiano na história que contava era motivo de desconfiança. Algo não cheirava bem naquele enredo _ . Sempre pensativo, o menino mais velho dormiu pensando na falha do pai e nos sapos que estariam lá fora, no frio.

Baleia, incomodada com a arenga de Fabiano, procurava sossego naquela paisagem interior. Queria dormir em paz, ouvindo o barulho de fora _ .

Festa

A família foi à festa de Natal na cidade. Todos vestidos com suas melhores roupas, num traje pouco comum às suas figuras, o que lhes dava um ar ridículo. A caminhada longa tornava-se ainda mais cansativa por causa daquelas roupas e sapatos apertados. O mal-estar era geral, até que Fabiano cansou-se da situação e tirou os sapatos, metendo as meias no bolso, livrando-se ainda do paletó e da gravata que o sufocava. Os demais fizeram o mesmo. Voltaram ao seu natural. Baleia juntou-se ao grupo _ .

Chegando à cidade, foram todos lavar-se à beira de um riacho antes de se integrarem à festa. Sinha Vitória carregava um guarda-chuva. Fabiano marchava teso. Os meninos maravilham-se, assustados, com tantas luzes e gente. A igreja, com as imagens nos altares, encantou-os mais ainda. O pai espremia-se no meio da multidão, sentindo-se cercado de inimigos. Sentia-se mangado por aquelas pessoas que o viam em trajes estranhos à sua bruta feição. Ninguém na cidade era bom. Lembrou-se da humilhação imposta pelo soldado amarelo quando estivera pela última vez na cidade.

A família saiu da igreja e foi ver o carrossel e as barracas de jogos. Como Sinha Vitória negou-lhe uma aposta no bozó, Fabiano afastou-se da família e foi beber pinga _ . Embriagando-se, foi ficando valente. Imaginava, com raiva, por onde andava o soldado amarelo. Queria esganá-lo. No meio da multidão, gritava, provocava um inimigo imaginário _ . Queria bater em alguém, poderia matar se fosse o caso _ . Vez ou outra, interrompia suas imprecações para uma confusa reflexão. Cansado do seu próprio teatro, Fabiano deitou no chão, fez das suas roupas um travesseiro e dormiu pesadamente.

Sinha Vitória, aflita, tinha que olhar os meninos, não podia deixar o marido naquele estado. Tomando coragem para realizar o que mais queria naquele momento, discretamente esgueirou-se para uma esquina e ali mesmo urinou. Em seguida, para completar o momento de satisfação, pitou num cachimbo de barro pensando numa cama igual à de seu Tomas da bolandeira .

Os meninos também estavam aflitos. Baleia sumira na confusão de pessoas, e o medo de que ela se perdesse e não mais voltasse era grande. Para alívio dos pequenos, a cachorrinha surge de repente e acaba com a tensão. Restava, agora, aos pequenos, o maravilhamento com tudo de novo que viam. O menor perguntou ao mais velho se tudo aquilo tinha sido feito por gente. A dúvida do maior era se todas aquelas coisas teriam nome. Como os homens poderiam guardar tantas palavras para nomear as coisas _ ?

Distante de tudo, Fabiano roncava e sonhava com soldados amarelos.

Baleia

Pêlos caídos, feridas na boca e inchaço nos beiços debilitaram Baleia de tal modo que Fabiano achou que ela estivesse com raiva. Resolveu sacrificá-la. Sinha Vitória recolheu os meninos, desconfiados, a fim de evitar-lhes a cena.

Baleia era considerada como um membro da família, por isso os meninos protestaram, tentando sair ao terreiro para impedir a trágica atitude do pai. Sinha Vitória lutava com os pequenos, porque aquilo era necessário, mas aos primeiros movimentos do marido para a execução, lamentou o fato de que ele não tivesse esperado mais para confirmar a doença da cachorrinha.

Ao primeiro tiro, que pegou o traseiro da cachorra e inutilizou-lhe uma perna, as crianças começaram a chorar desesperadamente.

Começou, lá fora, o jogo estratégico da caça e do caçador. Baleia sentia o fim próximo, tentava esconder-se e até desejou morder Fabiano. Um nevoeiro turvava a visão da cachorrinha, havia um cheiro bom de preás. Em meio à agonia, tinha raiva de Fabiano, mas também o via como o companheiro de muito tempo. A vigilância às cabras, Fabiano, Sinha Vitória e as crianças surgiam à Baleia em meio a uma inundação de preás que invadiam a cozinha _ . Dores e arrepios. Sono. A morte estava chegando para Baleia.

Contas

Fabiano retirava para si parte do que rendiam os cabritos e os bezerros. Na hora de fazer o acerto de contas com o patrão, sempre tinha a sensação de que havia sido enganado. Ao longo do tempo, com a produção escassa, não conseguia dinheiro e endividava-se.

Naquele dia, mais uma vez Fabiano pedira a Sinha Vitória para que ela fizesse as contas. O patrão, novamente, mostrou-lhe outros números. Os juros causavam a diferença, explicava o outro. Fabiano reclamou, havia engano, sim senhor, e aí foi o patrão quem estrilou. Se ele desconfiava, que fosse procurar outro emprego. Submisso, Fabiano pediu desculpas e saiu arrasado, pensando mesmo que Sinha Vitória era quem errara.

Na rua, voltou-lhe a raiva. Lembrou-se do dia em que fora vender um porco na cidade e o fiscal da prefeitura exigira o pagamento do imposto sobre a venda. Fabiano desconversou e disse que não iria mais vender o animal. Foi a uma outra rua negociar e, pego em flagrante, decidiu nunca mais criar porcos _ .

Pensou na dificuldade de sua vida. Bom seria se pudesse largar aquela exploração. Mas não podia! Seu destino era trabalhar para os outros, assim como fora com seu pai e seu avô.

As notas em sua mão impressionavam-no. "Juros", palavra difícil que os homens usavam quando queriam enganar os outros. Era sempre assim: bastavam palavras difíceis para lograr os menos espertos. Contou e recontou o dinheiro com raiva de todas aquelas pessoas da cidade. Sinha Vitória é que entendia seus pensamentos.

Teve vontade de entrar na bodega de seu Inácio e tomar uma pinga. Lembrou-se da humilhação passada ali mesmo e decidiu ir para casa. o céu, várias estrelas. Deixou de lado a lembrança dos inimigos e pensou na família. Sentiu dó da cachorra Baleia. Ela era um membro da família.

O Soldado Amarelo

Procurando uma égua fugida, Fabiano meteu-se por uma vereda e teve o cabresto embaraçado na vegetação local. Facão em punho, começou a cortar as quipás e palmatórias que impediam o prosseguimento da busca. Nesse momento, depara-se com o soldado amarelo que o humilhara um ano atrás _ . O cruzar de olhos e o reconhecimento durou fração de segundos. O suficiente para que Fabiano esfolasse o inimigo. O soldado claramente tremia de medo. Também reconhecera o desafeto antigo e pressentia o perigo.

Fabiano irritou-se com a cena. O outro era um nadica. Poderia matá-lo com as mãos, sem armas, se quisesse. A fragilidade do outro aos poucos foi aplacando a raiva de Fabiano. Ponderou que ele mesmo poderia ter evitado a noite na cadeia se não tivesse xingado a mãe do amarelo. No meio daquela paisagem isolada e hostil, só os dois, e se ele pedisse passagem ao soldado? Aproximou-se do outro pensando que já tinha sido mais valente, mais ousado. Na verdade, na fração de segundo interminável Fabiano ia descobrindo-se amedrontado. Se ele era um homem de bem, para que arruinar a sua vida matando uma autoridade? Guardaria forças para inimigo maior.

Sentindo o inimigo acovardado, o soldado ganhou força. Avançou firme e perguntou o caminho. Fabiano tirou o chapéu numa reverência e ainda ensinou o caminho ao amarelo.

O Mundo Coberto de Penas

A invasão daquele bando de aves denunciava a chegada da seca. Roubavam a água do gado, matariam bois e cabras. Sinha Vitória inquietou-se. Fabiano quis ignorar, mas não pôde; a mulher tinha razão. Caminhou até o bebedouro, onde as aves confirmavam o anúncio da seca. Eram muitas. Um tiro de espingarda eliminou cinco, seis delas, mas eram muitas. Fabiano tinha certeza, agora, de uma nova peregrinação, uma nova fuga.

Era só desgraça atrás de desgraça. Sempre fugido, sempre pequeno. Fabiano não se conformava, pensava com raiva no soldado amarelo, achava-se um covarde, um fraco. Irado, matou mais e mais aves. Serviriam de comida, mas até quando ? Quem sabe a seca não chegasse...Era sempre uma esperança. Mas o céu escuro de arribações só confirmava a triste situação _ . Elas cobriam o mundo de penas, matando o gado, tocando a ele e à família dali, quem sabe comendo-os.

Recolheu os cadáveres das aves e sentiu uma confusão de imagens em sua cabeça. Aquele lugar não era bom de se viver. Lembrou-se de Baleia, tentou se convencer de que não fizera errado em matá-la, pensou de novo na família e no que as arribações representavam. Sim, era necessário ir embora daquele lugar maldito _ . Sinha Vitória era inteligente, saberia entender a urgência dos fatos.

Fuga

O céu muito azul, as últimas arribações e os animais em estado de miséria indicavam a Fabiano que a permanência naquela fazenda estava esgotada. Chegou um ponto em que, dos animais, só sobrou um bezerro, que foi morto para servir de comida na viagem que se faria no dia seguinte.

Partiram de madrugada, abandonando tudo como encontraram. O caminho era o do sul. O grupo era o mesmo que errava como das outras vezes. Fabiano, no fundo, não queria partir, mas as circunstâncias convenciam-no da necessidade.

A vermelhidão do céu, o azul que viria depois assustavam Fabiano _ . Baleia era uma imagem constante em seus confusos pensamentos. Sinha Vitória também fraquejava. Queria, precisava falar _ . Aproximou-se do marido e disse coisas desconexas, que foram respondidas no mesmo nível de atrapalhação.

Na verdade, ele gostou que ela tivesse puxado conversa. Ela tentou animar o marido, quem sabe a vida fosse melhor, longe dali, com uma nova ocupação para ele. Marido e mulher elogiam-se mutuamente; ele é forte, agüenta caminhar léguas, ela, tem pernas grossas e nádegas volumosas, agüenta também. A cidade, talvez, fosse melhor. Até uma cama poderiam arranjar. Por que haveriam de viver sempre como bichos fugidos _ ?

Os meninos, longe, despertavam especulações ao casal. O que seriam quando crescessem? Sinha Vitória não queria que fossem vaqueiros. O cansaço ia chegando à medida que avançava a caminhada, e assim houve uma parada para descanso. Novamente marido e mulher conversavam, fazendo planos, temendo o mau agouro das aves que voavam no céu.

Sinha Vitória acordou os pequenos, que dormiam, e seguiu-se viagem. Fabiano ainda admirou a vitalidade da mulher. Era forte mesmo! Assim, a cada passo arrastado do grupo um mundo de novas perspectivas ia sendo criado. Sinha Vitória falava e estimulava Fabiano. Sim, deveria haveria uma nova terra, cheia de oportunidades, distante do sertão a formar homens brutos e fortes como eles.

A VIDA É FEITA DE ALEGRIAS....






sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ORGULHO DE SER VICENTINA!

                                                    






São Vicente de Paulo nasceu no dia 24 de abril de 1581; foi batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho do casal João de Paulo e Bertranda de Morais. Seus pais eram agricultores e muito religiosos. Todos os seis filhos receberam o ensino religioso de sua mãe.

Vicente nasceu na aldeia de Pooy, perto da cidade de Dax, sul da França . Seus dois irmãos mais velhos ajudavam os pais na lavoura e Vicente era pastor de ovelhas e de porcos. Desde pequeno, demonstrava muita inteligência e grande religiosidade. Em frente à sua casa, em um pé de carvalho, tinha um buraco; ele colocou aí uma pequena imagem da Santíssima Virgem, onde diariamente ajoelhava e fazia uma oração. Diariamente conduzia os animais para melhores pastagens, onde ficava a vigia-los. Aos domingos ia à aldeia, com seus pais, para assistir a missa e frequentar o catecismo.

O Sr. Vigário aconselhou a seu pai para colocar o garoto Vicente em uma escola; via nele um grande futuro, devido sua inteligência. O pai, que era bem ambicioso, colocou-o em um colégio religioso, desejando que ele fosse padre e ser o arrimo da família. Foi matriculado em um colégio de padres Franciscanos, na cidade Dax, onde ele fez os estudos básicos.

Para seguir a carreira sacerdotal fez os estudos teológicos na Universidade de Tolusa. Foi ordenado sacerdote em 23 de setembro de 1600. Continuou os estudos por mais 4 anos, recebendo o título de Doutor em Teologia.

Uma viúva que gostava de ouvir as suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou para ele sua herança, pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha.

Ele foi atrás do devedor, encontrando-o recebeu grande parte do dinheiro; ia regressar de navio, por ser mais rápido e mais barato. Na viagem o barco foi aprisionado por barcos de piratas turcos, e levados para a Turquia . Em Tunis foram vendidos como escravos.

Vicente foi vendido para um pescador, depois para um químico; com a morte deste, ele passou pra um seu sobrinho, que vendeu-o para um fazendeiro (um renegado) que antes era católico, e com medo da escravidão, adotara a religião muçulmana. Ele tinha três esposas; uma era turca, que ouvindo os cânticos do escravo, sensibilizou e quis saber o significado do que ele cantava. Ela, ciente da história, censurou o marido por ter abandonado uma religião tão bonita. O patrão de Vicente, arrependido, propôs ao escravo a fugirem para a França. Esta fuga só foi realizada 10 meses depois.

Em um pequeno barco, atravessaram o Mar Mediterrâneo  e foram dar na costa francesa, em Aignes Nortes e de lá foram para Avinhão. Nesta cidade encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente voltou à condição de padre e o renegado abjurou publicamente e voltou para a Igreja Católica.
Padre Vicente e o renegado, ficaram residindo em casa do Vice-Legado. Tendo este de viajar a Roma, levou os dois em sua companhia. Padre Vicente aproveitou a estadia nesta cidade e freqüentou a Universidade, formando em Direito Canônico. O renegado pediu para ser admitido em um Mosteiro e tornou-se monge.

Tendo o Papa de mandar um documento sigiloso para o Rei da França, padre Vicente foi o escolhido. Pelos serviços prestados o Rei indicou-o como Capelão da Rainha. Seu serviço era distribuir esmolas para os pobres que rodeavam o Palácio, e visitar os doentes do Hospital da Caridade, em nome da Rainha.

Padre Vicente não gostava do ambiente do Palácio e passou a morar em uma pensão, no mesmo quarto com um juiz. Certo dia amanhecera doente; o empregado da farmácia que vai atendê-lo, precisando de um copo, vai apanhar em um armário, e viu alí um dinheiro, que era do juiz, e ficou com ele. Na volta do juiz, não encontrando seu dinheiro, quis que padre Vicente desse conta dele; como ele não sabia do acontecido, o juiz colocou-o para fora do quarto e coluniou-o de ladrão.

Padre Vicente fica conhecendo o padre Berulle, que mais tarde foi nomeado Bispo de Paris, e indicou-o para vigário de Clichy, subúrbio de Paris.

Paróquia pobre, a maioria de seus habitantes eram horticultores. Padre Vicente se deu bem com eles; as missas eram bem participadas e instituiu a comunhão geral nos primeiros domingos o mês. Criou a Confraria do Rosário, para todos os dias visitar os doentes. Padre Vicente atendendo ao padre Berulle, deixa a paróquia e vai ser o preceptor dos filhos do general das Galeras.

Foi residir no Palácio dos Gondi, família rica e da alta nobreza. Eles tinham grandes propriedades e padre Vicente, em companhia da senhora De Gondi, visita uma destas propriedades; é chamado para atender um agonizante e assiste sua confissão. Este disse para a senhora De Gondi, que se não fosse a presença do sacerdote, ele iria morrer em grandes faltas e ia permanecer no fogo eterno.

Padre Vicente percebeu que o povo do campo estava abandonado e na missa dominical concitou o povo a fazer a confissão geral. Teve que arranjar outros padres para ajudá-lo nas confissões, tantos eram os que queriam confessar.Padre Vicente esteve morando com a família Gondi 5 anos. Simulou a necessidade de ir a Paris e Atendendo o chamado do padre Berulle, padre Vicente volta para morar em casa dos Gondi, onde fica mais 8 anos.

Com o auxílio da senhora De Gondi, funda a Congregação das Missões e a Confraria da Caridade ; a primeira cuida da evangelização dos camponeses e a segunda daria assistência espiritual e corporal aos pobres, isto em 1618. Em Folevile funda uma Confraria de Caridade para homens, em 23/10/1620.

A Congregação das Missões surgiu espontaneamente. Padre Vicente conseguiu alguns colegas para pregações aos camponeses; exigia deles a simplicidade nas pregações, para o povo entender e rapidamente ela foi aumentando. No princípio alugaram uma casa para sua moradia. Com o aumento mudaram para um velho Colégio.

O número aumentava. Um cônego que dirigia um leprosário sem doentes ofereceu em doação os prédios do leprosário para residência dos padres.

A instituição demorou de 1625 até 12 de janeiro de 1633, quando recebeu a Bula do Papa Urbano VIII , reconhecendo a Instituição.
Padre Vicente sempre preocupou com as crianças enjeitadas e abandonadas, com os velhos e com os pobres e doentes. Durante sua vida criou grandes obras, que até hoje estão prestando serviços à humanidade.

A primeira irmã de caridade foi uma camponesa de nome Margarida Nasseau, que, com a orientação de Luiza de Marilac, ele estabeleceu a Confraria das Irmãs da Caridade. Elas eram 4 camponesas, hoje são centenas. Isto se deu em 29 de novembro de 1633.

Padre Vicente criou tantas obras, que em pouco tempo não é possível enumerá-las; a história de sua vida é uma beleza. A seu respeito existe biografias, que poderão serem estudadas por vocês. Padre Vicente tinha quase 80 anos quando faleceu, dia 27 de setembro de 1660.

Em 16 de junho de 1737 foi canonizado pelo papa Clemente XII , e em 12 de maio de 1885 é declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.

Seu corpo repousa na Capela da casa-mãe – São Lázaro, em Paris.

Sociedade São Vicente de Paulo
A Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), foi fundada em 23 de Abril de 1833, por um grupo de sete jovens universitários liderados porAntonio Frederico Ozanam , estudante de Direito na Universidade de Sorbonne, em Paris, aos 20 anos de idade.

A SSVP surgiu para dar resposta às críticas que os estudantes ateus faziam aos estudantes católicos  daquele tempo, dizendo: "Os cristãos não praticam o que pregam; onde estão as suas obras de caridade?"

A SSVP é uma organização católica de leigos que voluntariamente se empenham no apoio a indivíduos, famílias e grupos sociais marginalizados, através de ações variadas onde se privilegia o contato pessoal e direto e a visita domiciliar, não só com intuito de aliviar a miséria material e moral, mas também a descobrir e solucionar as suas causas.

Antonio Frederico Ozanam e os amigos começaram a procurar os pobres, para os visitar em suas casas, levando-lhes alimentos, roupas, a amizade  e a dedicação.

Este pequeno grupo formado por Ozanam e os amigos, tomaram como Patrono o pai da caridade, São Vicente de Paulo que, no seu tempo, se dedicou inteiramente ao serviço dos pobres, dos infelizes e dos que não tinham fé (1581-1660).

Grupos similares começaram a surgir em Paris, depois em toda a França, expandindo-se, a seguir, pelo mundo Cristão, com o objetivo de servir os mais necessitados, aliviando as suas misérias espirituais e corporais, por amor a Deus.

No Brasil , a Sociedade de São Vicente de Paulo é conhecida pelas iniciais SSVP, e está colocada sob a proteção da Bem-aventurada Virgem Maria, tal como foi proposto pelo próprio fundador, Ozanam. A Conferência São José foi a primeira unidade vicentina fundada em território brasileiro, no Rio de Janeiro, em 4 de agosto de 1872.

Os fundadores da Conferência São José foram os confrades Pedro Fortes Marcondes Jobim (médico), Antônio Secioso Moreira de Sá (advogado) e Francisco Lemos Farias Coutinho (o Conde de Aljezur), este último fundador da SSVP em Portugal que estava no Brasil a serviço da imperatriz, Dona Leopoldina. O Confrade Francisco tornou-se o primeiro presidente da Conferência São José, agregada ao Conselho Geral em 16 de novembro de 1872.

O Brasil possui hoje 300 mil vicentinos, 30 conselhos metropolitanos, 250 conselhos centrais, 2 mil conselhos particulares, 20 mil conferências, 3 mil obras unidas (hospitais, lar de idosos, creches, educandários, dispensários, vilas, centros comunitários) e 200 mil famílias assistidas. O Conselho Nacional do Brasil da SSVP está sediado no Rio de Janeiro .

Família Vicentina

O que é?

A expressão Família Vicentina (FV) se refere ao conjunto de congregações, organismos, movimentos, associações, grupos e pessoas que, de forma direta ou indireta, prolongam no tempo o carisma  vicentino, sejam eles fundados diretamente por São Vicente de Paulo, ou encontrem nele a fonte de sua inspiração e dedicação ao serviço dos pobres.

De acordo com o grau de afinidade e especificidade de cada ramo, a Família Vicentina possui hoje no mundo mais de 165 ramos, que têm como herança comum:

O reconhecimento de São Vicente de Paulo ou como fundador ou como fonte de inspiração;
Uma acentuada orientação para o serviço dos pobres;
Uma espiritualidade baseada na figura de São Vicente, com ênfase especial na caridade concreta e prática, vivida na simplicidade e na humildade.

A proposta de articulação da Família Vicentina

Ao longo dos tempos, diversos ramos da FV sempre desenvolveram alguma forma espontânea de aproximação e colaboração mútua.

Nos últimos anos, esta aproximação e colaboração mútua têm crescido cada vez mais. No Brasil, por exemplo, nos anos 80, surgiu a Frente Ampla Vicentina, que desenvolveu uma significativa ação por ocasião das comemorações do 4º Centenário do Nascimento de São Vicente de Paulo (1981).

Na década de 90, a partir de diversas experiências positivas em vários países, os Superiores Maiores de alguns ramos têm se reunido e daí tem surgido uma insistente proposta de colaboração vicentina. Com formal e renovado impulso, esta proposta de organização da FV não tem sentido jurídico-canônico; trata-se de um convite a todos os grupos e pessoas que participam da herança vicentina, para que se entrosem e colaborem entre si, sempre buscando melhor serviço aos pobres.

Objetivos e princípios da Família Vicentina

A proposta de organização da FV se apoia na convicção de nossa responsabilidade missionária a serviço do Reino, na força profética e dinamizadora do carisma vicentino. Animados pela força da caridade, com criatividade e abertura, queremos criar mecanismos para uma efetiva colaboração mútua, aprofundando as atuais exigências do carisma vicentino e respondendo juntos aos atuais e urgentes clamores dos pobres.

A proposta de articulação da FV tem, pois, os seguintes objetivos específicos:

Intensificar os laços de fraternidade e conhecimento entre os vários ramos;
Aprofundar o carisma vicentino à luz dos apelos de hoje;
Desenvolver formas de colaboração na formação dos membros dos diversos ramos;
Empreender projetos conjuntos de serviço aos pobres, em conformidade com os seus novos e atuais clamores.

Papa João Paulo II  fala sobre São Vicente de Paulo

"Voltemos nossa mente e nosso coração para São Vicente de Paulo, homem de ação e oração , de organização e de imaginação, de comando e de humildade , homem de ontem e de hoje. Que aquele camponês das Landes, convertido pela graça de Deus em gênio da caridade, nos ajude a todos a por mais uma vez as mãos no arado – sem olhar para trás – para o único trabalho que importa, o anúncio da Boa Nova aos pobres."

Frases de São Vicente de Paulo

"Amemos a Deus , meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto seja a custa dos nossos braços, que isto seja com o suor dos nossos rostos".

"A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no fato de serem bem feitas".

"Depois do soberano amor de Deus, a segunda coisa que Deus lhes pede é que se estimem mutuamente como irmãs que Ele uniu com laços de seu amor ".

"É preciso que vós e eu tomemos a resolução de jamais faltar à oração diária. Digo: diária, minhas Filhas, mas se pudesse, diria: não a deixemos nunca".

As cinco virtudes da espiritualidade vicentina

A Espiritualidade vicentina está pautada, desde sua gestação, mediante o testemunho de Vicente de Paulo e seus primeiros companheiros de missão, no contexto da Igreja do século XVII, na França, em cinco virtudes, colhidas do Evangelho  de Jesus Cristo e da sua práxis libertadora junto ao povo empobrecido e marginalizado. Estas virtudes são assim nomeadas pelo próprio Vicente de Paulo: simplicidade, humildade, mortificação, mansidão e zelo pelas almas(zelo apostólico).

Simplicidade

A virtude da Simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falsos uns com os outros e muito menos com o povo; por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa.

Diante dos desafios que o pluralismo de idéias e de valores e contra-valores que a sociedade capitalista nos impõe, precisamos ficar mais atentos em relação à nossa postura junto ao povo e o cultivo de valores que não são transitórios, mas base para a vida com dignidade. Um desses valores é o cultivo da simplicidade. O povo ao qual procuramos evangelizar se aproximará de nós mediante nossa postura diante dele. A simplicidade impregnada em nossos atos possibilitará essa pedagógica aproximação do povo mais simples a nós e vice-versa.

O próprio São Vicente definiu na sua vivência a importância desta virtude na vida de um vicentino: “A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho” (SV I,284).

Humildade

São Vicente de Paulo define a Humildade como a virtude que dá a característica essencial à missão na Pequena Companhia. A humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos.

A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa auto-suficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, talentos que devem ser postos a serviço das outras pessoas.

É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente dos Pobres. Esta virtude nos impulsiona a um processo contínuo de inculturação no mundo dos pobres, encorajando-nos a um esforço de identificação com os mesmos.

Mansidão

Etimologicamente, mansidão vem de “mansuetude” e manso de “mansus”, forma do latim vulgar de “mansuetus”. Tem um significado de comportamento aconchegante, familiar, doméstico. Conceitualmente, a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A razoável indignação pode ser com freqüência sã e saudável, transposição lícita da sobrecarga psicológica a um ato de zelo pela glória de Deus, pela justiça ou pelo bem do próximo.

A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente é uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente: “Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira” (SV VII, 226).

A mansidão inspira um trato suave, agradável, educado, e fundamenta a tolerância, valor este muito importante para a convivência em uma sociedade plural em que o respeito à pessoa e à sua liberdade deve ser uma lei indiscutível.

Mortificação

Por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.

Assim nos diz São Vicente: “Os santos são santos porque seguem as pegadas de Jesus Cristo, renunciam a si mesmos e se mortificam em todas as coisas” (SV XII, 227).

Zelo Apostólico

Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a conseqüência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo Pobre. O zelo é uma virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização, mesmo quando as forças físicas já estão decadentes.
Assim sendo, relacionado com o zelo está o entusiasmo, que leva à ação. Podemos entender o zelo como uma expressão concreta do amor efetivo, que é motivado pela compaixão, ou amor afetivo.

SAUDADES DOS MEUS VELHOS COMPANHEIROS DE CAMINHADA!


GRENI


Sigla do Grupo de Religiosos e Religiosas Negros/as e Indígenas.
É um espaço dentro da Vida Religiosa cujo objetivo é possibilitar aos Religiosos/as afro descendentes e indígenas uma maior conscientização sobre a própria identidade em vista da superação de todos os obstáculos que impedem uma plena e sadia auto-estima.

O GRENI é um espaço de encontro e animação, fazendo com que, de fato, a Vida Religiosa seja lugar da convivência sem preconceitos nem discriminações, possibilitando um conhecimento mútuo, o respeito, a valorização e o acolhimento às diferenças que cada vez mais enriquecem as nossas comunidades.

É, portanto, um espaço necessário para dar oportunidade do conhecimento de si, valorizando a própria origem, e colaborando para uma vida comunitária pluralmente sadia nas diversas etnias. Assim, o GRENI é um espaço de construção de fraternidade e de sororidade mais amplas, e como não podia deixar de ser... é um lugar de resistência!

Olhando a realidade do GRENI e sua trajetória de espaço construído, nos damos conta de que às vezes é preciso “calar” e no sussurro encontrar a vida que está surgindo, e cantar:

“Ei Greni, cavaleiro do luar...”
A luta pela liberdade continua sendo tua vida...
Por isso leva teu povo para a terra prometida!
Ei Greni, ensina teu mandamento, oração de resistir,
Ei Greni, vou te seguir pela ternura da esperança, também sou do povo de Zumbi!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FRASES DE IRMÃ DULCE...

TUDO O QUE FAZEMOS É APENAS 
UMA GOTA D´ ÁGUA NO OCEANO
DA NOSSA VIDA... (IRMÃ DULCE).


QUANDO NENHUM HOSPITAL QUISER 
ACEITAR MAIS ALGUM PACIENTE, NÓS ACEITAMOS.
ESTA É A ULTIMA   PORTA E NÃO POSSO FECHA-LÁ 
( IRMÃ DULCE).


MINHA RELIGIÃO É A DO AMOR, 
E A MINHA LINGUAGEM É A DO CORAÇÃO!
(IRMÃ DULCE).


A MISÉRIA É A FALTA DE AMOR ENTRE OS HOMENS. (IRMÃ DULCE).


HA MOMENTOS ENQUE NOS SENTIMOS ABANDONADOS
POR QUE ESQUECEMOS DA ONIPOTÊNCIA DE DEUS. ELE TUDO
VÊ. ENTÃO É PRECISO ACREDITAR E TER A CERTEZA DE QUE NADA É
IMPOSSÍVEL AO OLHOS DELE. (IRMÃ DULCE).


O AMOR SUPERA TODOS OS OBSTÁCULOS, TODOS OS SACRIFÍCIOS,
POR MAIS QUE FIZERMOS,  TUDO É POUCO DIANTE DO QUE DEUS 
FAZ POR NÓS. (IRMÃ DULCE). 


NÓS SOMOS COMO UM LÁPIS COM QUE DEUS ESCREVE OS TEXTOS QUE ELE QUER
DITOS NOS CORAÇÕES DOS HOMENS. (IRMÃ DULCE).


O BEM AO PRÓXIMO TEM MAIS VALOR QUANDO OPERADO EM SILÊNCIO E COM 
CONSCIÊNCIA DE QUE TODO O BEM QUE PODEMOS PROPORCIONAR  É POR 
GRAÇA E VONTADE DE DEUS! ( IRMÃ DULCE).


SÓ COM AMOR, FÉ E DEDICAÇÃO É POSSÍVEL TRANSFORMAR A REALIDADE
 EM QUE VIVEMOS. ( IRMÃ DULCE).